sexta-feira, 17 de junho de 2011

Alimentos que Ajudam a Prolongar a Vida

Tomate

O que faz: protege os neurônios contra os males de Alzheimer e Parkinson. É também rico em licopeno, que previne o câncer. Consumo: duas unidades por dia


Nozes
O que fazem: reduzem o colesterol ruim, impedem a formação de coágulos no sangue e deixam ossos e dentes mais fortes. Consumo: uma unidade por dia
   Frutas vermelhas
 
O que fazem: Amora, framboesa e morango têm flavonoides, substância recomendada para prevenir câncer, inflamações e alergias. São também ricas em ácido elágico, que evita o envelhecimento precoce. Consumo: beba, diariamente, duas xícaras de chá, com um mix das frutas e um copo de suco ou duas xícaras de chá feito com as suas folhas. É uma delícia!


Manga
O que faz: tem muito betacaroteno, o que evita a catarata, doença dos olhos que surge com a idade, e protege os pulmões de infecções. Consumo: uma unidade, duas vezes por semana


Maçã
O que faz: rica em quercitina, evita doenças cerebrovasculares e câncer no pulmão, fígado e estômago. A fruta também acalma e ajuda a dormir melhor. Consumo: cinco por semana

Linhaça

O que faz: seus ácidos graxos ômega-3 baixam o colesterol ruim e a taxa de triglicérides, além de amenizar os indesejados sintomas da TPM. Consumo: uma colher (sopa) diariamente

Iogurte
 
O que faz: suas bactérias equilibram a flora intestinal, previnem infecções e controlam o colesterol. Consumo: um copo por dia. Atenção: a bebida não deve ter conservantes e açúcares

Castanha-do-pará
O que faz: fonte de selênio e vitamina E, o fruto retarda a velhice e aumenta a imunidade, além de diminuir o risco de doenças do coração e equilibrar o hormônio da tireoide. Consumo: uma unidade por dia

Alho
O que faz: combate bactérias e fungos, fortalecendo o nosso sistema de defesa. O alho também diminui os níveis de açúcar no sangue, inibe a produção do mau colesterol e é excelente no tratamento de gripes e resfriados. Consumo: um dente grande cru e amassado, diariamente

terça-feira, 7 de junho de 2011

Mantenha a Saúde da sua Próstata


Tem sido reconhecido que muitos problemas de saúde dos homens, nomeadamente o risco de doenças da próstata e de infertilidade, podem ser afetados pelo consumo regular de certos alimentos.
O cancro da próstata parece ter uma incidência mais elevada no Ocidente do que na China ou no Japão. As diferenças dos hábitos alimentares sugerem que a alimentação oriental, rica em estrogénios vegetais, possa ajudar a proteger contra este tipo de cancro.

Por curiosidade, os níveis de estrogénios vegetais no sangue dos homens japoneses, são 110 vezes mais elevados do que os do sangue dos homens que praticam uma alimentação do estilo ocidental.

A glândula da próstata segrega líquido prostático, um fornecedor de nutrientes e hormonas para o sémen, de modo a que os espermatozóides sejam mantidos em boas condições e consigam movimentar-se no aparelho genital feminino.

As doenças que podem afetar a próstata vão de uma inflamação ou infecção da glândula, a hiperplasias que podem ou não ser benignas.

O Que pode fazer para minimizar os riscos?

Apesar de não haver fórmulas mágicas que garantam que não sofrerá de problemas da próstata, nomeadamente de cancro, pode tomar determinadas medidas no sentido de reduzir o risco e até a diminuição da progressão da doença.

Os três passos mais importantes para manter a saúde da próstata – e a saúde de uma forma geral - são alimentar-se corretamente, manter-se fisicamente ativo e consultar o seu médico regularmente.

Está bem estudada a relação que existe entre dietas ricas em gorduras saturadas e o risco de desenvolver cancro da próstata, entre outros. Assim, uma atitude consciente e moderada face aos alimentos, limitando ingestão de alimentos ricos em gordura (*) e, simultaneamente, aumentando o consumo de fruta, vegetais e cereais integrais ricos em fibras, poderá ajudá-lo a diminuir o risco

Os feijões de soja e outros seus derivados (tofu, leite de soja, soja texturizada, etc.) são ricos em isoflavonas e linhanos. Estes estrogénios vegetais, por imitarem os estrogénios humanos, parecem ter um efeito protetor nas afecções benignas da próstata, ao reduzirem o efeito das hormonas masculinas (testosterona).

Os peixes gordos como a sardinha, o salmão, a cavala e a sarda, entre outros, são ricos em ácidos gordos ómega-3, substâncias que podem ajudar a reduzir a inflamação da próstata. Estes ácidos gordos são transformados em prostaglandinas que possuem uma reconhecida ação anti-inflamatória.

As sementes de linho são igualmente excelentes fontes de gorduras da série ómega-3, pelo que é benéfico inclui-las diariamente na alimentação. Para além disso, são a maior fonte de linhanos que se conhece, tendo estas substâncias um elevado potencial na prevenção do cancro.

Alimentos ricos em licopeno, um poderoso antioxidante, podem ajudar a reduzir o risco de cancro da próstata. As maiores fontes de licopeno são os tomates crus ou cozinhados, em molho ou concentrados de tomate, os citrinos, a melancia, a goiaba, etc.

Um grupo de legumes conhecidos como brassicáceas, onde se incluem os brócolos, couve, couve-flor, couve-de-bruxelas, couve-roxa, repolho e nabos, fornecem muitas vitaminas antioxidantes e fitonutrientes, de onde se destacam os indóis. Estas substâncias parecem diminuir a atividade de enzimas que estão associadas a problemas da próstata.

As bagas de serenoa repens contêm substâncias que parecem inibir a atividade de enzimas relacionadas com o inchaço da glândula da próstata, em pessoas com hiperplasia benigna da próstata. A serenoa repens pode ser tomada na forma de suplemento alimentar.

Pensa-se que os polifenóis existentes no Chá Verde possam ajudar na luta contra o cancro da próstata. No entanto, mais investigação é necessária para mostrar os seus reais benefícios.

(*) Entenda-se por alimentos ricos em gordura uma grande variedade de alimentos que inclui, as gorduras de forma visível como a manteiga, a banha, os óleos, e as gorduras que se encontram de forma dissimulada em alimentos como a carne e os queijos gordos, os pastéis, folhados, bolachas, molhos, maionese, entre muitos outros.

Mais Sobre o Licopeno Como Agente Antioxidante

 
 Morangos                           Tomates
Licopeno Como Agente Antioxidante
INTRODUÇÃO
A preocupação com a ação dos antioxidantes e a sua relação com os radicais livres se tornou essencial à compreensão de algumas etiopatogenias.
Os radicais livres são átomos ou moléculas produzidas continuamente durante os processos metabólicos e atuam como mediadores para a transferência de elétrons em várias reações bioquímicas, desempenhando funções relevantes no metabolismo. As principais fontes de radicais livres são as organelas citoplasmáticas que metabolizam o oxigênio, o nitrogênio e o cloro, gerando grande quantidade de metabólitos1.
A produção excessiva de radicais livres pode conduzir a diversas formas de dano celular e sua cronicidade pode estar envolvida com a etiogênese ou com o desenvolvimento de numerosas doenças2.
As lesões causadas pelos radicais livres nas células podem ser prevenidas ou reduzidas por meio da atividade de antioxidantes, sendo estes encontrados em muitos alimentos3.

Os antioxidantes podem agir diretamente na neutralização da ação dos radicais livres ou participar indiretamente de sistemas enzimáticos com essa função. Dentre os antioxidantes estão a vitamina C, a glutationa, o ácido úrico, a vitamina E e os carotenóides4.
Os carotenóides, juntamente com as vitaminas, são as substâncias mais investigadas como agentes quimiopreventivos, funcionando como antioxidantes em sistemas biológicos5.
Algumas das principais fontes de carotenóides são cenouras e abóboras (? e ?-caroteno), tomates e produtos derivados, como extrato, polpa e molhos (licopeno) e espinafre (luteína)6,7.
O licopeno aparece atualmente como um dos mais potentes antioxidantes, sendo sugerido na prevenção da carcinogênese e aterogênese por proteger moléculas como lipídios, lipoproteínas de baixa densidade (LDL), proteínas e DNA8.
Assim, esta revisão traz uma breve descrição da ação de radicais livres e antioxidantes, enfatizando o licopeno como agente na prevenção de certas doenças crônicas, bem como a sua utilização na prática nutricional.
 AÇÃO DOS RADICAIS LIVRES NO ORGANISMO
O termo radical livre é frequentemente usado para designar qualquer átomo ou molécula com existência independente, contendo um ou mais elétrons não pareados, nos orbitais externos.

Isto determina uma atração para um campo magnético, o que pode torná-lo altamente reativo, capaz de reagir com qualquer composto situado próximo à sua órbita externa, passando a ter uma função oxidante ou redutora de elétrons9 .
Dentre os radicais livres estão incluídos o superóxido (O2•-), a hidroxila (OH•), o hidroperóxido (HO2•), o óxido nítrico (NO•) e o dióxido de nitrogênio (NO2•).6

Destes, o radical hidroxila é o mais reativo na indução de lesões nas moléculas celulares e o peróxido de hidrogênio, apesar de não ser considerado um potente radical livre, é capaz de atravessar a membrana nuclear e induzir danos na molécula de DNA10.
A geração de radicais livres constitui uma ação contínua e fisiológica, cumprindo funções biológicas essenciais. São formados em um cenário de reações de óxido-redução, provocando ou resultando dessas reações.

Podem ceder o elétron solitário e serem oxidados; ou podem receber outro elétron e serem reduzidos11.
São gerados a partir de dois sistemas enzimáticos: o sistema oxidativo de NADP+/NADP+H+ e o da mieloperoxidase. Sua fonte principal de produção é a explosão respiratória (respiratory burst) durante a ativação de glóbulos brancos como neutrófilos, monócitos, macrófagos, eosinófilos, entre outros.

Podem também ser formados a partir do oxigênio e seus derivados, dos radicais alcoxi e peróxido, do ozônio, de metais de transição e da reação de Fenton1.
A geração de radicais livres pode ocorrer no citoplasma, nas mitocôndrias ou na membrana, e o seu alvo celular (proteínas, lipídeos, carboidratos e moléculas de DNA) está relacionado com seu sítio de formação10.
Como fontes exógenas de radicais livres encontramos as radiações gama e ultravioleta, os medicamentos, a dieta, o cigarro e os poluentes ambientais9.

Embora uma pequena quantidade de radicais livres seja necessária para manutenção da vida, sua produção excessiva, maior do que a sua velocidade de remoção, pode conduzir a diversas formas de dano celular.

Cooper12 cita que animais demonstraram lesões tissulares, diminuição do crescimento e outros danos quando eram expostos a concentrações elevadas de oxigênio.

Em humanos, a respiração de oxigênio puro durante um período de até 6 horas causava mal estar torácico, tosse e dor de garganta; períodos de exposição mais prolongados eram capazes de destruir células das vias respiratórias.
Em um organismo, a existência de um desequilíbrio em favor da geração excessiva de radicais livres, ou em detrimento da velocidade de remoção destas espécies, é conhecida como estresse oxidativo e pode conduzir à oxidação maciça de substratos biológicos.

A cronicidade desse estresse oxidativo, no ambiente celular, pode causar severos problemas metabólicos e estar envolvida na origem e no desenvolvimento de numerosas doenças13.

Buzzini & Matsudo14 relatam que os radicais livres além do próprio processo de envelhecimento, estão envolvidos em aproximadamente 40 doenças, entre as quais o câncer e a aterosclerose, as duas principais causas de morte atualmente.
Além do câncer e da aterosclerose, os efeitos tóxicos dos radicais livres estão relacionados com doenças como porfirias, cataratas, sobrecarga de ferro e cobre, doença de Alzheimer, diabetes, inflamações crônicas, doenças auto imunes e situações de injúria por isquemia.

Outras causas da ação de radicais livres é a ocorrência da doença de Parkinson, da artrite reumatóide e da doença intestinal inflamatória13,15.
Além disso, o ataque dos radicais sobre o DNA, RNA e proteínas pode gerar citotoxicidade, alergias, mutagênese e/ou carcinogênese, dependendo da proporção da exposição16.
De maneira geral, a toxicidade local dos radicais livres e de outros produtos tóxicos do oxigênio constitui a via comum final da lesão tecidual em uma variedade de doenças9.
CAROTENÓIDES COMO AGENTES ANTIOXIDANTES
Os antioxidantes podem ser definidos como qualquer substância que, presente em baixas concentrações, quando comparada a um substrato oxidável, atrasa ou inibe a oxidação desse substrato de maneira eficaz17,18,19.
O sistema de defesa antioxidante é formado por compostos enzimáticos e não-enzimáticos, estando presentes tanto no organismo (localizados dentro das células ou na circulação sanguínea) como nos alimentos ingeridos20.
No sistema enzimático estão presentes as enzimas superóxido-dismutase, glutationa-peroxidase e catalases. Várias enzimas antioxidantes são metaloenzimas, que contêm traços de minerais.

A glutationa-peroxidase é uma enzima dependente de selênio, e a enzima superóxido-dismutase contém manganês, zinco ou cobre, dependendo da sua localização nos compartimentos celulares15.
Dos componentes não-enzimáticos da defesa antioxidante destacam-se alguns minerais (cobre, manganês, zinco, selênio e ferro), vitaminas (ácido ascórbico, vitamina E, vitamina A), carotenóides (beta-caroteno, licopeno e luteína), bioflavonóides (genisteína, quercetina) e taninos (catequinas)3.
Os carotenóides são corantes naturais presentes nas frutas e vegetais (cenouras, tomates, espinafre, laranjas, pêssegos, entre outros), sendo que sua estrutura química é composta por ligações duplas conjugadas, que são responsáveis por sua cor e por algumas de suas funções biológicas21.
Estudos mostram a relação entre o aumento no consumo de alimentos ricos em carotenóides e a diminuição no risco de várias doenças.

Segundo Olson22, os carotenóides sequestram o oxigênio singlete, removem os radicais peróxidos, modulam o metabolismo carcinogênico, inibem a proliferação celular, estimulam a comunicação entre células (junções gap), e elevam a resposta imune.
Testes in vitro e in vivo sugerem que os carotenóides são excelentes antioxidantes, sequestrando e inativando os radicais livres23.
A ação sequestrante de radicais é proporcional ao número de ligações duplas conjugadas, presentes nas moléculas dos carotenóides. O mecanismo pelo qual os carotenóides protegem os sistemas biológicos dos radicais depende da transferência de energia do oxigênio excitado para a molécula do carotenóide, em que a energia é dissipada por meio de rotações e vibrações do carotenóide no meio solvente21.
Os carotenóides reagem com os radicais livres, notavelmente com os radicais peróxidos e com o oxigênio molecular, sendo a base de sua ação antioxidante. Carotenóides como o beta-caroteno, licopeno, zeaxantina e luteína, exercem funções antioxidantes em fases lipídicas, bloqueando os radicais livres que danificam as membranas lipoprotéicas19.
LICOPENO COMO ANTIOXIDANTE
O licopeno é um carotenóide sem a atividade pró-vitamina A, lipossolúvel, composto por onze ligações conjugadas e duas ligações duplas não conjugadas.

O licopeno é tido como o carotenóide que possui a maior capacidade sequestrante do oxigênio singlete, possivelmente devido à presença das duas ligações duplas não conjugadas, o que lhe oferece maior reatividade24,25.
É o carotenóide predominante no plasma e nos tecidos humanos, sendo encontrado em um número limitado de alimentos de cor vermelha, como tomates e seus produtos, goiaba, melancia, mamão e pitanga.
Tomates e derivados aparecem como as maiores fontes de licopeno27,28. O tomate cru apresenta, em média, 30mg de licopeno/kg do fruto; o suco de tomate cerca de 150mg de licopeno/litro; e o catchup contém em média 100mg/kg21.
O licopeno presente nos tomates varia conforme o tipo e o grau de amadurecimento dos mesmos. Segundo Giovannucci29, o tomate vermelho maduro contém maior quantidade de licopeno que de beta-caroteno, sendo responsável pela cor vermelha predominante.

As cores das espécies de tomate diferem do amarelo para o vermelho alaranjado, dependendo da razão licopeno/beta-caroteno da fruta, que também está associada com a presença da enzima beta-ciclase, a qual participa da transformação do licopeno em beta-caroteno.
Em relação à biodisponibilidade, verificou-se que o consumo de molho de tomate aumenta as concentrações séricas de licopeno em taxas maiores do que o consumo de tomates crus ou suco de tomate fresco.

A ingestão de molho de tomate cozido em óleo resultou em um aumento de 2 a 3 vezes da concentração sérica de licopeno um dia após sua ingestão, mas nenhuma alteração ocorreu quando se administrou suco de tomate fresco30.
Essa diferença de biodisponibilidade está relacionada com as formas isoméricas apresentadas pelo licopeno. Clinton et al.31 demonstraram que 79% a 91% do licopeno presente nos tomates e seus produtos encontram-se sob a forma do isômero trans (trans-licopeno), em contraste com os níveis de licopeno sérico e tissulares, que se encontram em mais de 50% na forma de isômero cis (cis-licopeno).

O licopeno ingerido, na sua forma natural (trans-licopeno), é pouco absorvido, mas estudos demostram que o processamento térmico dos tomates e seus produtos melhora a sua biodisponibilidade. O processamento térmico rompe a parede celular e permite a extração do licopeno dos cromoplastos32.
Os nutrientes presentes no tomate (lipídios, proteínas e fibras) podem contribuir para a estabilidade dos trans-isômeros de licopeno na fruta. Durante a digestão e absorção, o licopeno é separado dos demais nutrientes e incorporado a micelas.

É possível que ocorra a isomerização do licopeno nesta separação, alterando a configuração do licopeno de trans para cis-isômero.

Dados sugerem que os cis-isômeros de licopeno são mais bem absorvidos, pela sua melhor solubilidade em micelas e por não se agregarem33.
Alguns tipos de fibras, encontradas nos alimentos, como a pectina, podem reduzir a biodisponibilidade do licopeno, diminuindo a sua absorção devido ao aumento da viscosidade34.
LICOPENO: RELAÇÃO COM CÂNCER E DOENÇAS CARDIOVASCULARES
O interesse no licopeno e no seu potencial papel protetor sobre a carcinogênese iniciou quando Giovannucci et al.35 demonstraram uma relação inversa entre a ingestão de licopeno e a incidência de câncer de próstata.

O consumo de alimentos ricos em licopeno, bem como uma maior concentração de licopeno no sangue, foi associado a um menor risco de câncer, principalmente de próstata.

O licopeno é encontrado na próstata humana, sugerindo a possibilidade biológica de um efeito direto deste carotenóide na função da próstata e na da carcinogênese36,37.
Apesar das evidências protetoras do licopeno no câncer de próstata, estudos têm demonstrado resultados inconsistentes sobre este efeito38. Esta inconsistência pode ser parcialmente explicada por problemas com a biodisponibilidade do licopeno de diferentes fontes alimentares39.
Michaud et al.40 relataram que a ingestão de carotenóides reduziu em 32% o risco de câncer de pulmão em não fumantes. Uma maior ingestão de ?-caroteno reduzia em 63% o risco de desenvolver câncer em não fumantes.

Em fumantes, no entanto, a redução do risco era insignificante para os demais antioxidantes, exceto licopeno. Verificou-se, então, que o fumo alterava a concentração de muitos carotenóides, mas não do licopeno. Uma significativa redução no risco de câncer era notada com o aumento no consumo de licopeno40, corroborando a literatura médica41.

O licopeno apresenta maior eficiência na proteção das membranas celulares contra as lesões causadas pelo radical dióxido de nitrogênio (encontrado no fumo); e, desta forma, despontou como tendo um papel especial na prevenção do câncer de pulmão42.
O licopeno é um eficiente inibidor da proliferação celular, sendo que os diferentes efeitos observados sob várias condições poderiam ser determinados pela concentração de licopeno presente no local.

O licopeno é bem distribuído em muitos tecidos do corpo, sendo o fígado o órgão que mais o acumula43.
Existem evidências de que o consumo de tomates e de seus produtos está associado a uma redução do risco de câncer e doenças cardiovasculares.

Sua proteção recai sobre lipídios, lipoproteínas de baixa densidade (LDL), proteínas e DNA44.
O consumo de licopeno também está sendo inversamente associado com risco de infarto do miocárdio45.

A oxidação da molécula de LDL é o passo inicial para o desenvolvimento do processo aterogênico e consequente doença coronária46; embora exista um limite na evidência de que uma suplementação de licopeno possa reduzir os níveis de LDL-colesterol26.
CONSUMO DE LICOPENO NA PRÁTICA NUTRICIONAL
O licopeno, como os demais Carotenóides, se encontra em maiores quantidades na casca dos alimentos, aumentando consideravelmente durante o seu amadurecimento. Sua concentração é maior nos alimentos produzidos em regiões de climas quentes47.
O efeito climático ou geográfico sobre a quantidade do licopeno presente em frutas pode ser verificado comparando-se o cultivo em regiões diferentes.

O tomate comum brasileiro tem menores quantidades de licopeno do que a goiaba, o mamão Tailândia e a pitanga; no entanto, outras variedades de tomate podem ter maiores concentrações de licopeno (Tabela 1).
A quantidade de licopeno em produtos processados depende da composição do alimento de origem e das condições de processamento.

Os níveis de licopeno nos produtos processados são geralmente maiores do que os encontrados em alimentos crus, dado que há concentração do produto no processamento, como pode ser visto no purê e na pasta de tomate (Tabela 1).
Segundo um estudo realizado, no Canadá por Rao et al.48, a média de ingestão de licopeno, verificada por meio de questionários de frequência alimentar, foi de 25mg por dia, com 50% desta ingestão representada por tomates frescos.

Considerando que os tomates frescos são menos biodisponíveis que os tomates processados, os autores concluíram que uma maior ingestão de tomates processados seria aconselhada. Desta forma, Rao & Agarwal46 sugerem que o valor de 35mg/dia seria uma ingestão média diária apropriada deste antioxidante.
Um exemplo de cardápios de 2000 kcal, utilizando fontes de licopeno (tomates e produtos, goiaba vermelha, mamão) é apresentados nas Tabelas 2, 3 e 4. O valor nutricional do cardápio é: Energia: 2000kcal; Proteínas: 65 gramas (12,5%); Carboidratos: 323 gramas (65%); Lipídios: 50 gramas (22,5%); Licopeno: 36mg.

Portanto, como orientação dietética seria necessário estimular o consumo de alimentos fontes de licopeno, bem como de frutas e vegetais ricos em antioxidantes de maneira geral, procurando suprir as necessidades diárias, para evitar o estresse oxídativo e os danos celulares.

Licopeno - Substância contra o Câncer

Substância que dá a cor avermelhada ao tomate, melancia, beterraba, pimentão, entre outros alimentos - é um antioxidante que, quando absorvido pelo organismo, ajuda a impedir e reparar os danos às células causados pelos radicais livres.

Os radicais livres são produzidos durante funções normais do corpo humano, como respiração e atividade física. Também são formados como resultado do hábito de fumar, superexposição ao sol, poluição do ar e stress. São altamente reativos e, se não controlados, podem danificar as moléculas importantes das células saudáveis do corpo humano. Isso pode contribuir para o desenvolvimento de várias doenças, como câncer e doenças cardiovasculares.

Licopeno e betacaroteno nos tecidos e LDL Assim como o betacaroteno, o licopeno é transportado no sangue humano por meio de lipoproteínas, principalmente a LDL.
A principal função da LDL é fornecer colesterol para as células do corpo e, ao fazer isso, também fornece licopeno e betacaroteno.
Os maiores níveis de licopeno e betacaroteno são encontrados no fígado (principal local de armazenamento).
No tecido adiposo, a taxa de carotenóides é muito baixa.
No entanto, devido à quantidade total de tecido adiposo no organismo, também pode ser um importante local de armazenamento.
Tomate – principal fonte de licopeno A melhor fonte de licopeno é o tomate, que possui ampla utilização no Brasil.
É um alimento pouco calórico, com seus efeitos antioxidantes, fonte de fibras e bem utilizado na culinária pela sua cor, aumentando a aparência dos pratos.
Teve sua descoberta há cerca de três séculos e sua utilização na culinária teve início há apenas um século. Antes crescia como planta ornamental e erva daninha.

O tomate é matéria prima que pode entrar em diversas refeições. Quanto maior a concentração de tomate em uma receita, maior o teor de Licopeno e os benefícios por ele proporcionados.
Este possui maior aproveitamento quando combinado à uma pequena quantidade de gordura, preferencialmente do tipo monoinsaturada (azeite).
Taxa de licopeno e carotenóides relacionada a alguns fatores
Quanto aos níveis de licopeno no sangue, não há nenhuma diferença entre fumantes e não fumantes, e entre homens e mulheres.
Já as taxas de betacaroteno e carotenóides pró-vitamina A são mais baixas nos fumantes e nos homens. Comparando-se pessoas alcoólatras com outras que bebem moderadamente ou são abstinentes, estudos revelam que a quantidade de carotenóide no sangue é menor entre os alcoólatras.
Um dos fatores que poderiam influenciar nessa diferença é a função do fígado alterada. Quanto aos que bebem pouco, não existe uma relação clara entre o nível de álcool consumido e a taxa de aumento ou diminuição da taxa de carotenóide.
Os níveis de carotenóide no sangue geralmente aumentam com a idade. Isso pode ser explicado pelo aumento do colesterol LDL ( principal veículo de transporte de licopeno e betacaroteno no sangue humano). Perguntas e respostas sobre os benefícios do tomate e do licopeno

1- Por que devo comer mais frutas e verduras?

As autoridades da área da saúde, na maioria dos países, estão recomendando um aumento no consumo das frutas e verduras porque: · têm um nível baixo da gordura, da energia e do sal; · são boas fontes das fibras alimentares; · são ricas em vitaminas e sais minerais e · contêm uma ampla gama dos fitoquímicos, como o licopeno, que podem ter um papel importante na prevenção de algumas doenças crônicas.

2 - Qual é a evidência do efeito protetor do licopeno contra o câncer?

Uma pesquisa divulgada pela Escola de Medicina de Harvard (EUA), em 1995, acompanhou os hábitos alimentares de 48 mil homens americanos por seis anos.
Os resultados demonstraram uma associação importante entre o consumo de tomates e o menor risco de câncer de próstata.
Foi estimado que o consumo de duas porções por semana, em comparação com a não-ingestão, pode reduzir o risco de câncer de próstata em até 34%.
A associação foi mais forte para os produtos à base de tomate que para os tomates frescos. Outro estudo publicado pelo Journal of the National Câncer Institute em fevereiro deste ano, concluiu que o consumo de tomates e produtos à base de tomate poderia reduzir o risco de desenvolvimento de diversos tipos de câncer.

As evidências mais fortes foram para o câncer de pulmão, próstata e estômago. Os dados também sugeriram um risco reduzido de câncer de cavidade oral, esôfago, pâncreas, intestino grosso, reto, colo de útero e mama.

3 - O licopeno tem outros benefícios?
Sabe-se que a superexposição aos raios ultravioleta do sol é altamente prejudicial à pele. A longo prazo, causam envelhecimento precoce, além de aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de pele.

Pesquisas recentes indicam os efeitos positivos do licopeno em termos de resistência aos raios ultravioleta. O nível do licopeno na pele pode ser facilmente aumentado pelo consumo habitual dos produtos à base de tomate.

4 - O tomate contém mais compostos que têm benefícios à saúde?

Além do licopeno, o tomate contêm vitamina C, potássio, fibras alimentares e o betacaroteno - antioxidante que pode ajudar a proteger as células saudáveis dos danos causados pelos radicais livres.

Durante a fabricação dos produtos à base de tomate, níveis significativos desses nutrientes são conservados.

Mamão

Esta delícia de fruta é calmante, digestiva e laxativa, sendo bastante indicada para quem possui o estômago sensível, quer manter o peso ou está querendo emagrecer, pois possui baixas calorias.

O mamão possui ainda alta quantidade de beta-caroteno, característico de frutas de tons alaranjados.

O Beta-caroteno quando ingerido atua como formador de vitamina A.

Já a Vitamina A, atua no combate a doenças de pele, cegueira noturna e queda de cabelos.

Mas não exagere! O consumo de vitamina A pode causar acúmulo dessa vitamina no organismo e com isso gerar doenças tão perigosas quanto as doenças causadas pela carência de vitamina A.  

Escolha Seu Alimento Pela Cor


Pratos coloridos são mais saudáveis. Cores diferentes indicam nutrientes diferentes. Saiba mais
Legumes, verduras e frutas: muitas cores
A cor dos alimentos revela parte de sua composição nutricional e pode ser uma boa referência para montar refeições balanceadas. A regra vale especialmente para frutas, verduras, legumes e grãos.
Existem cinco grupos definidos pela cor semelhante dos alimentos. São eles: vermelho, amarelo, roxo, marrom e verde.
“Há também o grupo dos alimentos brancos, mas ele ainda é controverso”, afirma Joyce Passos, nutricionista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Leite e seus derivados seriam as grandes estrelas deste grupo alimentar que, por isso, ganha destaque pela presença de cálcio. Esse nutriente é importante para o funcionamento da musculatura, inclusive dos músculos involuntários, como o coração. Cálcio também é necessário para os ossos.
“Mas nem todo alimento branco tem cálcio. Alguns têm apenas fósforo e vitamina B-6, como o nabo”, explica Joyce. O grupo dos alimentos brancos é citado por muitos livros de nutrição e nele encontram-se também couve-flor, batata, arroz, banana, maçã, mandioca, palmito, rabanete e feijão branco.
Vermelho
De todas as cores, vermelha é a mais chamativa. Nos morangos da feira ou nos tomates da salada, a cor forte e viva sempre salta aos olhos. “Esses alimentos têm licopeno”, conta a nutricionista.
O nutriente é conhecido por ser um poderoso antioxidante. Ele combate os radicais livres que favorecem o envelhecimento. Na lista dos alimentos vermelhos também estão presentes melancia, caqui, framboesa, cereja e goiaba vermelha.
 “O licopeno tem função protetora para o coração e contra alguns tipos de câncer, como o de próstata”, acrescenta a nutricionista clínica Ariane Longo, da clínica Gastro Obeso Center. Alimentos vermelhos contêm também antocianina, que estimula a circulação sanguínea.
“Mas esse é um nutriente secundário, o principal continua sendo o licopeno”, pondera a nutricionista.
Amarelo
O betacaroteno é o principal elo entre alimentos amarelos. “Ele está ligado à manutenção dos tecidos e à visão noturna”, aponta Joyce. Também chamado de pró-vitamina A, o betacaroteno favorece o metabolismo de gorduras e, por isso, representa uma opção interessante de sobremesa saudável.
Há também as vitaminas C e B-3 nos alimentos amarelos, substâncias benéficas ao sistema imunológico e ao sistema nervoso. Mamão, cenoura, laranja, manga, pêssego, abóbora e damasco são exemplos deste grupo alimentar.
Verde
Nada mais básico e simples de preparar do que uma salada de folhas verdes. Esses alimentos têm clorofila, substância com forte potencial antioxidante. “Há também cálcio nas folhas verdes”, aponta a nutricionista.
A quantidade não é tão alta quanto no leite, mas é bem expressiva. Uma porção de alfafa, por exemplo, contém o mesmo cálcio de um copo de leite. Salsa, agrião, pimentão verde, brócolis, chicória, vagem, couve, kiwi, ervilha, espinafre, limão e pepino também fazem parte do mesmo grupo.
Marrom
Este grupo é composto por castanhas, cereais integrais e nozes. “Eles são boas fontes de fibras e de selênio, que favorece a melhor disposição mental”, afirma Joyce. Os alimentos ainda têm ômega-3 e 6, que são ácidos graxos.
A ingestão deste tipo de gordura, também chamada de gordura saudável, é fundamental para o controle dos níveis de LDL (colesterol ruim) e de triglicerídeos. Os alimentos marrons têm ainda vitamina E, que desenvolve um papel importante na regeneração dos tecidos.
Tal função é essencial para praticantes de atividades físicas, pois o exercício provoca pequenas lesões em ossos e músculos, obrigando os tecidos a trabalhos mais intensos de regeneração. No caso da musculação, em especial, o equilíbrio entre lesão, descanso e recuperação dos tecidos possibilita a hipertrofia (ganho de massa muscular).
Roxo
Os alimentos roxos têm vitamina B1, importante para o metabolismo da glicose. Esse grupo alimentar também apresenta ácido elágico, substância com propriedades antioxidantes. São alimentos arroxeados ou azulados a uva, a ameixa, o figo, a beterraba, o repolho-roxo, a jabuticaba e a alcachofra.
Carnes
Embora a cor também seja um referencial para a classificação das carnes em vermelha ou branca, a relação delas com sua composição nutricional não segue a mesma regra das frutas e verduras.
“As duas carnes são muito parecidas. Apenas a vermelha tem mais ferro e é mais carregada em colesterol e gordura saturada”, explica Ariane. Carnes são boas fontes de proteína, e isso não muda com a cor.
A cor do alimento é uma referência importante para frutas, legumes, verduras e grãos porque sua variação indica diferenças importantes na composição nutricional do alimento.
Três cores
Para Joyce, a referência das cores ajuda a balancear as principais refeições do dia: café da manhã, almoço e jantar. “É importante ter ao menos três cores em cada refeição”, recomenda.
No decorrer das refeições, a nutricionista afirma que é bom não só variar as cores, mas também variar os alimentos escolhidos para representar cada cor. Embora existam propriedades nutricionais comuns aos alimentos de cada cor, cada um tem valores particulares. “Por isso é bom variar”, enfatiza.
Para colorir ainda mais o dia, Ariane recomenda aproveitar as refeições intermediárias para ingestão de frutas. “A cor é importante, mas não é tudo. Uma boa alimentação respeita a pirâmide alimentar”, ressalta ela.